terça-feira, 21 de junho de 2011

Ela e o amor

3 Comments

Enquanto a chuva batia suavemente em sua janela, lá estava ela no parapeito. “Dia chato” – pensava. Nada para se fazer, frio, preguiça... “Também não tenho ninguém...”. Ela e a solidão, ninguém mais. Agora começava a refletir sobre o amor. Há tanto tempo não se apaixonava por alguém... Sinceramente, ela preferia o amor “à moda antiga”, não como agora, o tal de ‘ficar’, beijar pessoas que você nem conhece, que no dia seguinte já nem se lembram mais do seu nome. Acreditava que um beijo é uma troca de carinho, de paixão, de... amor.
Liga o rádio. Tocava “Nem um dia” do Djavan. Quase todas as músicas falam de amor... histórias com finais felizes... ou não. Começava a cantarolar “Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro...”. A música acabou por dar uma idéia sobre o que ela poderia fazer: ler. E foi. Pegou o primeiro livro que viu em sua estante e começou a folheá-lo. Mas logo desistiu: era mais uma história de amor.
Estava tão desacreditada no amor... Este sentimento tão intenso, tão forte, tão... mágico. Já tinha sentido isso por alguns caras... Mas que talvez nunca tivessem realmente a amado. Ou pode ser que este sentimento para eles acontecesse de uma forma diferente... Sei lá. Se arrependia de ter começado a lembrar de coisas do passado, coisas que a machucavam por dentro, marcas deixadas em seu coração.
Quantas cartas, poemas e poesias de amor ela já teria escrito? Já tinha perdido a conta. Era sentimental e romântica. Escrevia como ninguém. Escolhia as palavras certas, usava uma doçura em sua escrita jamais vista. Mas aqueles caras tolos não perceberam isso. “Terão sido um desperdício de tempo? Nah! Já não me importam mais...”.
Sentia a falta de se apaixonar. E por causa disso criou um sonho pelo qual buscava todo dia: o ideal, perfeito para ela, especial. “De repente este sonho se torne realidade...”.
“Talvez eu sonhe demais. E pense demais. E por causa disso o amor não aconteça... É, certas coisas acontecem quando menos se espera. E com este sentimento é assim.”
Já era noite. Aliás, tarde da noite. O sono já começava a aparecer. Foi se deitar. Adormeceu e sonhou. Sonhos doces, mágicos... como aquele que buscava. Tão reais...
Na manhã seguinte o sol voltou a aparecer. Ela acordou bem disposta. E saiu de casa para mais um dia de busca pelo seu sonho: o amor.

 .É melhor esperar do que amar só por amar.

[15/10/06]

3 comentários:

Maria Cruz 22 de junho de 2011 às 14:46

Lindo texto, me vi nele completamente. Essa busca constante por um sentimento tão esquecido, tão raro...Sim, pq o amor verdadeiro, aquele encontro de almas, já quase não existe. E pra quem sonha com isso, é difícil ter que encarar a realidade... ):

Seu blog eh lindo *-*

Beijos e tenha um ótimo feriado!

belezaecancao.blogspot.com

Carol Parra 5 de julho de 2011 às 18:14

lindo texto. aliás os textos da qui são tão verdadeiros. dá pra perceber que vem de dentro.

beijoo

Lívia Inácio 18 de julho de 2011 às 11:56

tem toda a razão, Nathalie!

lindinho o texto.

beijos