sexta-feira, 1 de abril de 2011

Escuridão.

9 Comments

Gostava de beber. Vodka, whisky, cachaça, cerveja... tudo. Passava o dia bebendo. Seus amigos e familiares tinham se afastado. Tentaram diversas vezes interná-lo, mas ele sempre dava um jeito de fugir e retornava ao seu vício.
Era rico, portanto nunca lhe faltava maneiras de conseguir bebidas. Bebia até cair no chão, acordar depois e não se lembrar de mais nada para começar a beber novamente.
A vida para ele era uma festa. Não precisava trabalhar já que seu pai morrera e deixara uma herança bem considerável Podia comprar o “amor” de uma, duas mulheres ou mais por uma duas noites ou quantas quisesse.
Os “amigos” que tinha, eram apenas aproveitadores. Estavam de olho no seu dinheiro e almejavam seu carro e apartamento. Para isso, o convidavam para jogos de cartas como pôquer, sabendo que ele não teria muita consciência sobre o que fazia. Assim, perdera muito dinheiro algumas vezes.
Um dia, acordou em um lugar que não reconheceu. Encontrava-se em uma rua escura, mas tão escura que não conseguia enxergar mais de cinco metros de distância. Pensou: “Devo estar em um sonho, logo estarei em outro lugar”. Mas o tal sonho, continuou. O local começava a ficar cada vez mais frio e mais escuro com a vinda de uma névoa. Ficava cada vez mais perturbado, sem saber se andava, se esperava ou se desesperava e gritava por ajuda. Foi quando uma voz surgiu na escuridão:
- Ei você...
- Ufa, alguém para me ajudar! Por favor, onde estou?
- Primeiro responderei a outra pergunta, você precisa saber quem eu sou.
- Então... quem diabos é você?
- Não, não sou o diabo. Sou a Morte.
- M... M... Morte?
- Sim.
- Quer dizer que...
- Sim, agora você é um homem morto.
- Hahaha. Estou num pesadelo, só pode ser. Quero sair daqui!
- Você não pode mais sair daqui. Está morto!
- Impossível! Me lembro de ter acordado super bem ontem...
- E depois?
- Não me lembro...
- Aí é que está. A primeira coisa que você fez foi beber. Mais tarde foi à uma festa. Lembra-se?
- Não...
- Então, lá você bebeu tudo o que tinha direito.
- Hahaha. Só pra quem pode!
(murmurando) – Sua besta...
- Hã?
- Continuando... Você ficou, digamos, bem altão, alegre, sem-noção. Pegou o carro e foi dirigir. Ah, esqueci de dizer que você estava com uma garota.
- Bonita?
(sem dar ouvidos) – E deu no que deu. Hoje você está aqui. A garota no hospital, em estado grave.
- E...
- Quem morre assim, não tem direito à reencarnação, nem à outra vida ou chance de se recompor com os que ainda vivem. Sua sina é viver nesta escuridão.
- M... mas...
Antes que pudesse completar sua frase, a Morte “Puff!” desapareceu. Foi se encontrar com outro ser destinado a viver na escuridão.

9 comentários:

Beatriz Amorim 1 de abril de 2011 às 21:37

Que tenhamos consciência de nossos atos! E fiquemos bem pertinho da luz!
Bom fim de semana!
beijinhos

Rebeca Amaral 4 de abril de 2011 às 12:23

E o pior de tudo é saber que histórias como essa são frequentes. Luz e consciência pra quem se deixa chegar a esse ponto..

Um beijo, flor.

Luci 6 de abril de 2011 às 22:56

Muito conscientizador o texto.

Alê 7 de abril de 2011 às 21:33

Adorei o texto, adorei o "- Então, lá você bebeu tudo o que tinha direito". Ela só veio buscá-lo mesmo quando ele chegou ao fundo do fundo do poço :l

Bianca Sousa 20 de abril de 2011 às 10:25

meodeos! que baguio tenso esse! rsrsr

falando sério agora, adorei o suspense e o clima de tensão que se extendem por todo o texto até a descoberta no fim.

parabéns, adorei.

Gabriela Brito 2 de maio de 2011 às 21:11

Adorei seu blog, escreve muito bem! :)

E o texto, ótimo.

Anônimo 10 de maio de 2011 às 13:03

Adicionadíssima. adorei seu blog e seus posts. como vc escreve bem! beijos

Bianca Sousa 20 de maio de 2011 às 12:31

eee nathy! tá parecendo eu! rsrs cadê posts novos?

bjs, guria!

CUCA BOA 30 de maio de 2011 às 01:01

é...
o mundo
tinha que lê isso
pra vê se acorda...

bem consciênte
meus bjs
(nate)

#vou segui vc, segue aê tbm ^^